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31 março 2009

Irmão, irmãozão:

Segue com Deus teu caminho.
Que seja luz, brilho e aprendizagem tua sina.
Que sejam de trabalho duro, bom e justo
os teus passos.

"...qualquer dia, amigo,
a gente vai se encontrar".

(12 ago 57/ 31 mar 09)




Esta, você pediu para eu gravar. Não deu tempo de lhe entregar, mas... Aí está

29 março 2009

Canto pra Umes BH

(AC)


Passarinho tem que voar.

Fazer do céu seu mister

do campo geral, sua fé:

taça, ventre e graal.


Passarinho tem que ir e vir,

em cada bico uma notícia

pr'essa terra evoluir:

passarinho não precisa de polícia.



Todo o mundo num graveto,

gravetos, passarinhos...

construindo coletividade sem guetos:

Niños.


Fecundando hoje

os ninhos do amanhã,

d'onde tão sábios vão cantar:

e serão tantos outros niños.


Acalentando o saber

do canto que – hoje meninice –

amanhã, quando o sol nascer:

profissão de embalar sua velhice.



A pedra que vocês jogam, pedra inquieta,

ricocheteia no chão

faz poeira, mas vocês desconhecem o poeta:

vocês - desgraçadamente - passarão.


Passa, passarinho,

Vai, passarinho, e quando voar,

desperta amor, saber e carinho:

assim, de tanto meio-passar,


passe livre !




E que as crianças,

as nossas crianças:

de fora e de dentro de nós,

possam, sempre, e muito

Cantar livres sobre os muros e

ensinar sonhos aos que nunca

puderam amar sem dor.


Xô, ditadura.

Xô para sempre !


21 março 2009

Só para lembrar que

Os nossos sonhos,
os sonhos mais lindos que sonhamos,
não envelhecem não.


Amigo Negão, Crioulo: não sei se vai dar para a gente

- nesta passagem aqui -

reeditar aquelas tardes que a gente tanto invejava,
na Santa Sofia, com os velhos tomando whisky
e comendo biscoitinho de cebola.

Mas, se for o caso, de lá,
prepara a sala pra gente, falou ?



Irmandade
(Octávio Paz)

Sou homem: duro pouco
e é enorme a noite.
Porém olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.

Unhas Francesas
(Alexandre Campinas)


I


Executiva elegante, 52 anos, marido cardiologista: ricos amigos, corpos separados. Um tédio. Deixa o escritório para fazer algo diferente.



O motorista, sedução, motel. Ela o come. Pelo room-service pede bicarbonato. Arrôto. Diz: "homens..."



II


Moça no ônibus, incomodada com uma meleca grudada na parte mais funda da narina esquerda. Coça. Ônibus lotado, calor. ”Saco... mais uns 40 minutos, se não engarrafar”. O gordo sentado ao lado a espreme, sufoca.



A mão dele sobre roliças coxas jeans escorregam em direção às dela. O dedo mindinho dele roça de leve, esperando, testando. “Inconveniente, abusado, chato, porre, nojo...” Nojo ? Meleca. Enfia o dedo, tira, vem melada, geléia esticada, comprida. Segura a mão do gordo, aperta, cola. Levanta. Campainha. Desce.



III



Repentino temporal atrapalha a tarde adorável em Paris. Corre para o hotel, chega pingando. Elevador. A ascensorista cutuca a orelha. Repara: unhas francesas.


07 março 2009

8 de março
Dia Internacional da Mulher





Com Licença Poética
(Adélia Prado)


Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.


Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Hoje, para as mulheres,
uma Rosa