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10 outubro 2008

ANARCRÔNICA II

A CEREJEIRA E O ROSA NO VENTRE DA MULATA ESMERALDA:
UMA HISTÓRIA DE INCONFIDÊNCIAS MINHEIRAS

OU

MISTURANDO ALHOS
COM BUGALHOS*

(Alexandre Campinas)

(*
Chama-se bugalho a uma excrescência de forma
arredondada que se forma em algumas espécies
de ávores do género Quercus - carvalhos, sobreiros e azinheiras -
na sequência do depósito, num dos seus ramos, de um ovo de vespa.
A vespa desenvolve-se e alimenta-se no interior do bugalho,
onde passará por todas as fases das suas metamorfoses:
larva, ninfa e insecto adulto.)


"Onde eu estaria feliz"
(Emiliano)


Esta fábula (sim... todas as criações minhas, animais meus são) aconteceRIA durante o período da invasão nipônica à Ilha dos Papagaios, idos quinhentistas. Os bravos bandeirantes estic’olhos do bairro da Liberdade deram de fundar na província das Minhas Gerais um pequeno aglomerado caipirurbano ao qual deram o nome de Nova Nagasaki (que ânus depois chamar-se-ia Cordisburgo). Uma tentativa de recriar em terras coloniais tupiniquins a megalópole original, destruída em um vago agosto do futuro pelas forças imperialistas paraguaias, à força de uma bomba de absolutos nêutrons literários: Pablo Cornijo, Dan MacCookie Brown e Lair Ribeir'agüada.


A vila foi fundada pelo nobre déspota bandeirante imperial Joaquim Manoel Toshiba e Toshiba, afilhado do imperador Hiroíto Nuno Saibro. Subitamente a cidadela envolta em paliçada (mór de palh'assada, menos beligerante) revelou imensa vocação floricultora. E aqui temos o início desta saga libertária-agrobisinática. Quase sem querer.


Os colonizadores plantaram nas incipientes ruas abertas do cerrado algumas cerejeiras-de-tamancos (palus lisboensis), originárias de sua terra, que, ao fim e ao cabo revelaram ser aquele solo habilitadérrimo para tais plantamentos e usufrutos, como assim o descreveu a filósofa nova-nagasaquiçençe Narcisa Tamborindeguy. em seu método desexistencialista “AI, QUE LOUCURA ! - O MUNDO É UMA ROLHA ESPOCADA DE VEUVE CLICQUOT” . O pioneiro Toshiba e Toshiba deu então de por por idéia fixa em seu processador Intel-carno-miudátido de outorgar que aquele seria o sustentáculo da terra. Nada mais haveria de plantar-se, ou lavrar-se ou criar-se além do ícone floriabundo da terrinha.


Acontece, porém, que o tirano apaixonou-se perdidamente por Esmeralda, uma mulata passista, madrinha de bateria da G.R.E.S.T.A.P.O - Grêmio Recreativo e Escola de Samba Tupiniquins Afro-Puros e Oníricos. Entidade sambo-cultural criada por ele mesmo (todos os déspotas nipônicos são loucos por mulatas e samba, como é de conhecimento impudico) e da qual era presidente, presidente-de-honra, padrinho, bicheiro esponsorista e diretor de harmonia.


Linda, a Esmeralda. Olhos verdes como convém as Esmeraldas literárias, corpo de um marrom-cobreado estonteante que emanava ondas de gengibre, alcaçuz e canela. Ele tomou aquela jóia para si, entretanto nunca foi de todo feliz porque nunca consumou a união. Toshiba e Toshiba sofria de brochurus falus mínimus o quê justificava sua tirania e megalomania (é Freud!) ficando assim a pobre (e tesuda) Esmeralda na mão, vivendo infeliz, ainda que cercada de mucamas e eununcas.


Tudo isso sucedeu-se impositivamente até que um tupiniquim por nome de João Guimarães Miguilim – um homem que amava chãos, rios, jacarés, mulatas e ROSAS foi contratado como ministro-jardineiro-chefe das Matas de Esmeralda (região úmida, contígua à quinta onde habitava - sem, entretanto, usufruir - o japa). A sensibilidade enorme daquele Miguilim roubou o coração (e outras partes pudendas) da mulata Esmeralda, já a esta altura subindo pelas paredes pela falta de, digamos, atenções.


(Em + os) vários colóquios que tivera com a Esmeralda, o jardineiro convenceu-a do perfume da ROSA. Ela, que nunca havia visto nada que não fossem as cansativas cerejeiras-de-tamanco, que a cada florada exalavam ao modo do acre cod-no-head-fish, ofertou ao poeta o seu próprio cod(igo secreto), em reconhecimento e desespero de causa.


Tramaram os amantes a Revolução das Rosas. (Em + a) surdina vírgula cooptaram a força pública vírgula os meios jurídicos vírgula a alta-saciedade e o polvo pelo obséquio-corruptício das sementes da ROSA, com que fizeram regalo a cada um deles, polvos* (histériscos vide logo abaixo) que, por sua rês, seguiram à risca os conselhos do jardineiro, espargindo-as por todo o chão da municipalidade.



* PAUSA PRO HITÉRISCO CULINÁRIO

(GRIFOS E PARÊNTESIS - NEPÓTICOS - LIBORTÁRIOS, ÓBVIOS CHAMATIVOS DE ATENÇAUM, DOIS, TRÊS... POR CONTA E RISCO DO ALL THOR)

Polvo Assado na Brasa

(Mundialmente conhecido pela all cu nha de:

PERDEU, JOSÉ MANOEL, PERDEU...)

Ingredientes
800 g Polvo
480 g Batatas
40 g Alho(s) (ainda bem que sobreveio o "(s)" ! Um alho de 40g seria do car)
160 g Pão
200 g Cebola
60 g Azeite
Envolve-se o polvo numa serapilheira (Q'PORRAÉESSA?) ou pano grosso e com, um pau bate-se muito bem (no polvo, porra... sempre no polvo...) para ficar tonto (comme d'habitude, my way, etc). Lava-se e coloca-se o polvo sobre a grelha a assar na brasa e deitam-se as batatas com casca na brasa do borralho. Quando as batatas estiverem assadas, limpam-se bem e dá-se-lhes uma pancada (eu avisei... eu avisei !) para as esborrachar (tá vendo ?!) sem as desfazer (claro... e a massa ? aquela de manobra...). Entretanto, picam-se os alhos (tô fora do infinitivo sem artigo !), a salsa e a cebola e junta-se o azeite. Colocam-se o polvo e as batatas com a casca numa travessa e rega-se tudo como molho. As batatas podem ser assadas no forno.

RITORNA, NOJENTO... TCHAN!


Na primeira florada, as oloríferas ROSAS entupiram as ditatoriais narinas, numa crise alérgoligofrênica que tampou-lhe a glote, a epiglote, o cangote, os bofes e os cambáus (chamado eufemisticamente de cu). Tal anaerobidade veio a ser o final (de + aquela) tirania, cujo corpo foi jogado para que os rouxinóis do imperador o devorassem e o tornassem esterco (ôôô...) (em + aquelas) terras, enchendo seu solo de fertilidade e plantando nas suas gentes o repúdio indignado à imposição (quaisquer [de + elas]) (foda-se, maths), gerando o permanente desejo de liberdade, ainda que à tardinha, período do dia em comemorava-se o passamento do malvado japonês.


E, como au fináu de toda fábula há um adágio ou algo semelhante que a corrobore, seguem as palavras do Rosa, o pluriúnico e verdadeiro:


“Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo profundamente os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens.”

(João Guimarães Rosa)


E quem quiser que conte outra.

Um comentário:

Lupo Lobato disse...

Aê!! "Inconfidências Minheiras" é bom demais!
Um abração ae, do colega Pedro (da EMIP) (quilombo.blogsome.com)